A
verdade deve estar em vigília constante:
“Isso
pressupõe um esforço áspero de vigília, enquanto a noite, o
obscuro,
o monstruoso existem por direito natural, prévios de qualquer
racionalidade.
Ao invés do triunfo do pensamento verdadeiro da razão,
da
claridade que invade para sempre o universo, o que se descobre é uma
predominância
invencível das trevas” (COLI, 1996, p. 310).
Nessas
formulações, abstrai-se qualquer referência a um contexto histórico,
político
e social de significado a tais conceitos.
Frente à famosa afirmação
“Todos os homens são iguais”, caberiam as seguintes perguntas, entre tantas outras possíveis: quais homens? Iguais em quê?
O que matou e mata milhões é a convicção de possuir a
verdade e a vontade de
impô-la aos outros...
O homem ocidental matou em nome de Deus,
em nome de
princípios nazistas, stalinistas e até científicos
(racismo). O sono da razão produz
monstros; quando dorme a razão não há mais luz.
Para
Husserl, todo objeto é um dado da
consciência, que lhe atribui sentido e
significado
Para Husserl, os fatos existem, mas não são importantes em si; o
ser humano
não se interessa por eles, mas pelos sentidos que são
dosatribuídos a eles. Como
relação, por exemplo, a pergunta que várias Ciências se fazem:
o que
é a verdade?
Husserl diz que a verdade, do ponto de vista humano, reside no
sentido e não
no fato. Cada pesquisador, ao se debruçar sobre a verdade, estará
preocupado
e, desse modo, atento somente àquilo que lhe faz sentido, tudo
mais é deixado
de lado. Cada um descreverá alguns aspectos da verdade, não a
Verdade em si.
Não é possível, assim, o conhecimento absoluto e universal
proposto pela razão
iluminista, apenas conhecimentos referidos a um determinado
sujeito:
“A fenomenologia critica a filosofia tradicional por desenvolver
uma
metafísica vazia e abstrata, voltada para a explicação. Ao
contrário, a
fenomenologia tem o próprio ser humano como ponto de partida de
reflexão. Ao buscar o que é dado na experiência, descreve ‘o que
se
passa’ efetivamente do ponto de vista daquele que vive uma
determinada
situação
concreta” (ARANHA & MARTINS, 2013, p. 157).
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